O tribunal de São Petersburgo anunciou em comunicado que a artista russa é acusada de “colocar pedaços de papel no lugar das etiquetas de preço com informações deliberadamente falsas sobre as forças armadas russas” num supermercado a 31 de março.
A mesma fonte acrescenta que a ação de Skochilenko foi motivada por um “ódio político pela Rússia”, o que significa que a artista de São Petersburgo pode enfrentar uma pena grave se for considerada culpada, variando entre uma multa de três milhões de rublos a cinco a dez anos de prisão.
Absolutely insane. St. Petersburg artist Alexandra Skochilenko is placed in remand prison pending felony prosecution for spreading “false information” about Russia’s military by swapping in war facts on price tags at a local grocery store. A customer reported her to the police. pic.twitter.com/noDIeHIZOj
— Kevin Rothrock (@KevinRothrock) April 13, 2022
A juíza Elena Leonova afirmou que Skochilenko é “acusada de cometer um ato grave contra a segurança pública”, acrescentando que tais atos podem “criar tensões na sociedade” e levar a mais “atividades subversivas”.
Segundo uma nova lei aprovada recentemente pelo Kremlin, qualquer meio de comunicação ou pessoa acusada de divulgar “informações falsas” sobre o exército russo é condenada a uma pena de prisão que varia entre dez a 15 anos. A lei já levou ao encerramento de vários meios de comunicação na Rússia, outros foram obrigados a suspender atividade depois de serem acusados de espalhar desinformação.
Skochilenko, que na sua conta de Instagram se descreve como uma artista independente, já tinha sido multada em dez mil rublos por participar num protesto a 24 de fevereiro, dia em que as tropas russas lançaram a ofensiva na Ucrânia.
“Eu não apoio a guerra na Ucrânia. Eu saí à rua hoje para dizê-lo, em alto e bom som”, escreveu na altura Skochilenko no Instagram.
Segundo advogados dos direitos humanos, Skochilenko é uma das 23 pessoas que foram acusadas de difundir “informações falsas”.
Na terça-feira, Andrei Makedonov, um médico de 59 anos, foi detido por um protesto semelhante num supermercado em São Petersburgo. Também na terça-feira, outra residente de São Petersburgo, Tatiana Popova, foi multada em 30.000 rublos por pendurar brinquedos com slogans anti-guerra num supermercado.